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Pela vida das mulheres, CNM/CUT lança campanha contra o feminicídio

Um vídeo com depoimentos das metalúrgicas do Coletivo Nacional de Mulheres da Confederação sobre o tema será lançado no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Publicado: 22 Julho, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Edson Rimonatto (Rima)
Campanha Metalúrgicas Pela VidaCampanha Metalúrgicas Pela Vida
Campanha Metalúrgicas Pela Vida
 
A cada seis horas e meia uma mulher é  morta simplesmente por ser mulher, segundo  o 15º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado neste mês. Além disso, a América Latina e o Caribe são os lugares do mundo mais perigosos para a população feminina e o Brasil é o quinto em que mais se matam mulheres.
 
A afirmação é da secretária de Mulheres da CNM/CUT, Marli Melo, ao explicar o motivo pelo qual a entidade decidiu lançar a campanha "Metalúrgicas pela Vida" no próximo dia 25 de julho. 
 
Um vídeo com depoimentos sobre o tema feito pelas trabalhadoras, que fazem parte do Coletivo Nacional de Mulheres da Confederação  será lançado no mesmo dia 25, que se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Você poderá assistir o vídeo pelas redes sociais da entidade. [abaixo a lista de todas as redes sociais da CNM/CUT]
 
Mulheres negras
 
A secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane Aparecida dos Santos, destacou que o índice de mulheres negras vítimas de feminicídio é ainda pior e por isso, explica ela, que o tema também é destaque na agenda do o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
 
Ela conta que no mesmo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e consolidado por outra pesquisa do Atlas da Violência 2018, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os números mostram que a taxa de homicídios de mulheres negras ficou em 5,3 a cada 100 mil habitantes. Entre mulheres não negras, esse índice cai para 3,1 a cada 100 mil habitantes, uma diferença de 71%.
 
"Essa diferença abissal escancara o peso do machismo e do racismo e como na América latina são as mulheres negras as principais vítimas do feminicídio e de múltiplas violências", afirma ela.
 
Machismo mata
 
Desde que a lei nº 13.104/2015, que especifica o crime de feminicídio foi criada, em 2015, as notificações desse tipo de assassinato só crescem apesar do endurecimento das punições. Na pandemia isso ainda piorou, isso sem falar das subnotificações.
 
"O assassinato de mulheres só cresce com essa cultura machista que ainda faz os homens pensarem que são os donos do destino das mulheres e a campanha tem como objetivo sensibilizar e conscientizar os homens de tamanha violência sofrida pelas mulheres. Precisamos falar muito sobre feminicídio e  precisamos sim meter a colher para salvar a vida de milhares de mulheres", afirma Marli.
 
Sobre o dia 25 de julho
 
O Dia 25 de julho e o dia que marca a luta é a resistência das mulheres negras Latino Americanas e Caribenha e, segundo a secretária de Igualdade Racial, Christiane Aparecida dos Santos, a data é um "dia de relembrarmos as lutas de nossas antepassadas como Tereza de Benguela, mulher negra, líder quilombola escravizada e que resistiu e lutou bravamente contra a escravização".
 
Segundo ela, essa data é importante porque é preciso lutar por uma sociedade mais justa e igualitária e também para mudar a história e seguir os passos de lutadoras como Tereza de Benguela.
 
"Nós mulheres negras somos inviabilizada por essa sociedade que nos massacra e nos coloca nos piores lugares no trabalho e na vida. Precisamos cobrar do governo políticas públicas que nos de possibilidade de uma vida melhor e digna porque as mulheres negras contribuíram muito para a formação do nosso país e nada mais justo que se tenha políticas para nós tirar deste lugar de subalternidade e de miséria de fome. Só queremos viver com a dignidade que todas nós mulheres merecemos", finaliza a dirigente.
 
Serviço
A Campanha "Metalúrgicas pela Vida" será lançada nas redes sociais da CNM/CUT no dia 25 de julho:
Para acessar qualquer uma das redes sociais da entidade, basta clicar abaixo no nome de cada uma delas: