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Protesto com uniformes representa 705 famílias ameaçadas por demissões na LG

O ato faz parte da vigília 24 horas montada na porta da fábrica, retomada nesta segunda-feira (26) com a volta da greve na LG

Publicado: 27 Abril, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Sindmetau
Protesto na LGProtesto na LG
Protesto na LG

Os trabalhadores e trabalhadoras na LG Taubaté realizaram um protesto nesta terça-feira (27), representando o impacto que as demissões na fábrica podem provocar. Eles penduraram os uniformes na entrada da unidade. Em cada camisa estava escrito o nome de parentes, simbolizando as famílias dos 705 funcionários ameaçados pelo desemprego.

O ato faz parte da vigília 24 horas montada na porta da fábrica, retomada nesta segunda-feira (26) com a volta da greve na LG. Na semana passada, os trabalhadores e trabalhadoras reprovaram a segunda proposta de indenização feita pela empresa.

“Há trabalhadores com muitos anos de fábrica, muitas mães de família, provedoras do lar, que estão perdendo o emprego. Então, eles acreditam que esse valor apresentado pela empresa ainda não contempla o necessário”, aponta Camila Martins, dirigente sindical na LG.

Nesta terça-feira, o Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região) tem nova audiência com a LG no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Os resultados dessa audiência serão apresentados aos trabalhadores em assembleia na fábrica nesta quarta-feira (28), às 7h30.

Entenda o caso

Em janeiro deste ano começaram a circular informações no mercado e na imprensa sul-coreana sobre uma possível venda da divisão de celulares da LG. O Sindicato acionou a empresa, mas recebeu ofícios com respostas evasivas. Um pedido de reunião com o presidente da LG também não foi atendido.

Diante do cenário de incertezas, em 26 de março, os trabalhadores aprovaram o estado de greve. No dia 5 de abril, a fabricante sul-coreana disparou um comunicado onde informava o encerramento global da divisão de celulares, alegando que a área acumulava um prejuízo de 4,1 bilhões de dólares.

No dia seguinte, em reunião com o Sindicato, a empresa informou que pretende levar a linha de notebooks e celulares de Taubaté para Manaus. A LG alega que na capital do Amazonas terá terá incentivos fiscais, o que não ocorre no estado de São Paulo.

Com isso, um total de 700 empregos ficaram ameaçados na fábrica de Taubaté. Após reuniões com o Sindicato, a empresa apresentou a primeira proposta de indenização aos trabalhadores. Mas o acordo foi rejeitado em assembleia no dia 12 de abril. Os funcionários aprovaram então o início de uma greve na empresa.

No dia 19 de abril, após uma audiência de conciliação no TRT, os funcionários suspenderam a greve para retomada das reuniões com a empresa. O Sindicato iniciou uma nova rodada de negociações com a LG, resultando na segunda proposta de indenização, que foi rejeitada no dia 23 de abril. A greve e a vigília 24 horas na fábrica foram então retomadas nesta segunda-feira, 26 de abril.

*matéria publicada no site do Sindmetau