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Quem tem fome tem pressa: Sindicato intensifica campanha de arrecadação de alimentos nas fábricas e na Sede

Sem ações efetivas do governo, sem auxílio emergencial digno e com a alta nos preços, 19 milhões de brasileiros passam fome na pandemia

Publicado: 06 Abril, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra
Solidariedade Solidariedade
Solidariedade 

Os Metalúrgicos do ABC, que em 2020 reforçaram a solidariedade como sua marca, decidiram intensificar as campanhas de arrecadação de alimentos e produtos de higiene para ajudar a quem mais precisa. As doações poderão ser entregues nas fábricas e também haverá um drive thru na Sede no próximo dia 17.

Mais da metade da população do país sofre com algum nível de insegurança alimentar, sendo que 19 milhões de brasileiros passam fome. A conclusão é do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, divulgado ontem pela Rede Penssan (Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar). Os números foram coletados em dezembro de 2020 e hoje, com o agravamento da pandemia, é possível que a tragédia seja ainda maior.

“Há mais de um ano o Sindicato tem falado da necessidade do poder público, sobretudo dos governos federal e estadual, tomarem ações de proteção à garantia do emprego e renda, auxílio emergencial e linha de crédito para as empresas. Após o corte do auxílio emergencial, estamos indo para o quarto mês em meio ao agravamento da pandemia, sem nenhuma perspectiva de renda e com aumento da miséria.”, destacou o diretor administrativo dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno.

“O Sindicato, mais uma vez como um ator social, mobiliza a categoria a fazer esse gesto solidário de dividir aquilo que tem com aqueles que não tem nada.”

O diretor executivo do Sindicato, Carlos Caramelo, falou sobre a importância da unidade.

“Diante da ausência completa do governo, a sociedade tem que se unir. Todos estamos vendo o aumento do número de pessoas pedindo nos faróis, também temos sentido a alta nos preços sem que haja nenhuma política de contenção nos aumentos por parte do governo Bolsonaro”, disse.

“Vamos fazer as arrecadações em uma bela campanha para ajudar quem está passando fome”, reforçou.

O dirigente explicou que as empresas da base terão postos de arrecadação respeitando as características de cada uma e que o trabalhador interessado em colaborar deve procurar o CSE. Ainda segundo Caramelo, os Metalúrgicos do ABC estão buscando parcerias com outras organizações sociais para ampliar a discussão.

Medidas para salvar trabalhadores e empresas

Além de cobrar do poder público o auxílio emergencial e crédito para as empresas, o Sindicato também vem negociando medidas para tentar conter a disseminação do coronavírus.

Na semana passada, após negociações com a Anfavea e o Sindipeças e com as empresas, as montadoras ficaram paradas para que os trabalhadores pudessem ficar em casa (confira detalhes na coluna do Dieese, página 2).

O diretor executivo do Sindicato e presidente da IndustriALL-Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, avaliou a medida e lembrou que há outras discussões em pauta.

“Estamos discutindo com empresas e sindicatos Brasil afora para tornar isso uma onda, o momento é crítico e precisamos, além dos cuidados, evitar as aglomerações”.

“Queremos também aprofundar o debate sobre o plano nacional de vacinação, sobre as empresas terem responsabilidade com os sistemas públicos de saúde das suas regiões. Também é necessário discutir a necessidade de as empresas entrarem na campanha por um auxílio emergencial e se responsabilizarem por suas cadeias produtivas, elas podem servir como âncoras para que as empresa menores não afundem”, acrescentou.

*matéria publicada no site do SMABC