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Renault reduz preço para enfrentar concorrentes

Publicado: 12 Maio, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Com preços cerca de 4% menores do que na versão anterior, a Renault lançou ontem o novo modelo Sandero, produto que responde por 40% dos negócios da montadora no Brasil. Com o reposicionamento dos valores de venda para enfrentar o avanço da concorrência, a companhia francesa espera aumentar em 20% o volume de veículos comercializados no país.

Segundo o presidente da Renault do Brasil e do Mercosul, Jean-Michel Jalinier, a expectativa da montadora é crescer, em 2011, três vezes o percentual do mercado nacional de automóveis. No primeiro quadrimestre, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram licenciados 53,1 mil veículos da marca Renault, o que representa um crescimento de cerca de 13% sobre o mesmo período do ano passado, enquanto o mercado cresceu 3,8%.
 
Em quinto lugar no mercado brasileiro, com 5% de participação, a montadora tem planos de chegar a 2016 com uma fatia de 8%. Segundo Jalinier, o lançamento dos novos modelos, como o sedã Fluence, no mercado desde o começo do ano, a nova linha do Sandero e o Duster, que será lançado no País até o final de 2011, devem ajudar a atingir a meta. O presidente já antecipa a necessidade de a Renault desenvolver um modelo de picape para crescer no Brasil, mas não dá prazo para esse lançamento.
 
Com o crescimento, o Brasil poderá se tornar o segundo mercado mundial da Renault ainda em 2011, ficando apenas atrás da França. Segundo Jalinier, a operação brasileira tem condições de desbancar a Alemanha, hoje a segunda colocada nesse ranking, se atingir a meta de 200 mil carros vendidos este ano. Em 2010, a Renault alcançou a marca de 178 mil carros vendidos no País.
 
O problema do alto custo de fabricação de veículos no Brasil - que faz com que o Logan produzido no País custe até 1,8 vezes a mais que o modelo fabricado na Romênia - preocupa Jalinier. Segundo o executivo francês, a taxa de nacionalização que chega a 87% na nova linha Sandero deve ser reduzida para 65% no lançamento do Duster.
 
Hoje, a Renault do Brasil importa aço da Coreia e, segundo Jalinier, o insumo chega à fábrica em São José dos Pinhas (PR) até 15% mais barato do que o nacional, mesmo com taxas de importação e custo de logística.
 
A Renault já havia reduzido o preço do Clio para ganhar tentar ganhar mais espaço no mercado. Segundo Jalinier, depois da redução de preço do modelo, o volume de vendas dobrou.
 
A fábrica do Paraná deve entrar com a operação do terceiro turno em julho. Foram contratados mil novos funcionários para a ampliação da produção, o que vai representar 300 carros adicionais por dia. Com isso, a produção anual chegará a 200 mil unidades. A Renault tem cerca de 6 mil funcionários no Brasil, dos quais 600 são engenheiros.
 
É por meio dessa expansão da capacidade que a montadora se prepara para crescer no Brasil.
 
A empresa também pretende ampliar a rede de concessionárias. Hoje, há revendas da marca em 70% do território nacional. A meta é expandir o número de pontos de venda até alcançar 95% do país. São 178 revendas e o plano é encerrar 2011 com 200.
 
Em abril, as chuvas fortes que interromperam o tráfego em estradas paranaenses também causaram prejuízo à produção. Segundo Jalinier, a fábrica de São José dos Pinhais ficou dois dias parada em função de estragos e levou outros três dias para reiniciar as atividades no ritmo normal. Cerca de 300 carros ficaram danificados e serão vendidos para os funcionários com desconto, de acordo com o presidente.

Fonte: Valor