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Siderúrgicas ficarão prontas na hora certa, diz Vale

Projetos da mineradora foram concebidos para exportação, mas executivo diz que Brasil precisará de muito aço

Publicado: 28 Fevereiro, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Com projetos siderúrgicos planejados para entrar em operação até 2014, a Vale começa a comemorar o momento favorável para vender aço. O diretor diretor executivo de Marketing, Vendas e Estratégia da mineradora, José Carlos Martins, afirmou que os projetos ficarão prontos num momento em que o País vai precisar do produto como nunca. Só que os projetos foram concebidos para exportação. Uma mudança de cenário teria levado a Vale a mudar o foco?

Os projetos siderúrgicos com participação da Vale têm potencial para dobrar a exportação de aço do Brasil nos próximos quatro anos. Quatro usinas planejadas para entrar em operação até 2014 nos estados do Rio, Pará, Espírito Santo e Ceará produzirão, juntas, pelo menos 15,5 milhões de toneladas anuais da matéria-prima. A expansão de um dos projetos aumentará esta soma para 18,5 milhões de toneladas, volume que inicialmente planejado para o mercado externo, na mesma estratégia de negócio traçada para a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), inaugurada em junho do ano passado.

No ano passado, as importações brasileiras de aço mais que dobraram, mas a disparada das compras de aço no exterior não refletiram apenas falta de capacidade de atender a toda demanda. Os produtores queixam-se que o Real apreciado inviabiliza a competição com fornecedores asiáticos, sobretudo os chineses.

Pedra no sapato

A competição com a China, seja no aço, seja em qualquer outro produto, foi citada como desafio durante coletiva de imprensa com jornalistas que detalhou seu balanço financeiro. "É fácil comprar da China, e vender para eles também. Difícil é competir. É uma realidade com a qual temos que aprender a lidar", disse Martins.

A participação dos asiáticos na receita da companhia continuou correspondendo à metade das vendas, mas diminuiu um pouco. Mercados onde a demanda despencou, como a Europa, voltaram a se recuperar e aumentaram o percentual das vendas da mineradora. Em 2010, as vendas para Ásia representaram 52,2% da receita total, abaixo da participação de 55,6% em 2009.

Investimentos

A parcela de vendas para clientes nas Américas foi de 24,3%, em linha com os 25,4% em 2009. A receita proveniente de embarques para Europa dobrou, aumentando de 16,2% em 2009 para 19,0% sua participação, recuperando espaço perdido durante a recessão, e o resto do mundo contribuiu com 4,5%. Considerando as vendas por país, a China foi responsável por 32,3% de nossas receitas, Brasil 16,8%, Japão 10,9%, Alemanha 6,6%, Coréia do Sul 3,9% e os EUA 2,9%.

Em 2010, os investimentos da Vale alcançaram US$ 12,705 bilhões, dos quais US$ 8,239 bilhões foram alocados no desenvolvimento de projetos; US$ 1,136 bilhão em pesquisa e desenvolvimento, e US$ 3,330 bilhões na manutenção das operações existentes. Investimentos em responsabilidade social corporativa totalizaram US$ 1,136 bilhões sendo US$ 737 milhões destinados a proteção ambiental e US$ 399 milhões em projetos sociais. Além de siderurgia e logística, a Vale tem direcionado recursos para produção de fertilizantes, carvão, cobre, entre outros produtos.

A Vale triplicou o lucro e bateu novo recorde em resultado financeiro em 2010. A empresa informa que o ganho de R$ 30,1 bilhões é o maior de toda a história da mineração.

Fonte: iG