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Sindicatos do setor automotivo da América Latina discutem futuro com empresários

Além disso, destacaram a necessidade de promover o diálogo tripartite nos países para promover políticas industriais para o desenvolvimento do setor

Publicado: 31 Agosto, 2020 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Industriall
América LatinaAmérica Latina
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Os sindicatos automotivos afiliados ao IndustriALL na América Latina conversaram com os empregadores sobre o futuro do setor na região. Ambas as partes destacaram a importância de promover o diálogo tripartite para promover propostas de política industrial e desenvolvimento sustentável.

Mais de 80 líderes de organizações sindicais do setor automotivo realizaram um seminário temático online no dia 27 de agosto. Também participaram do encontro renomados empresários da Argentina e do Brasil, com os quais discutiram possíveis cenários e tendências futuras para o setor.

Durante a abertura, o vice-presidente do IndustriALL para América Latina e Caribe, Raul Matthiu, destacou a importância de criar esses espaços de debate para buscar soluções conjuntas e defender a indústria na região.

O primeiro palestrante do seminário foi o presidente da TOYOTA na Argentina e presidente da ADEFA, Daniel Herrero. O empresário falou sobre as repercussões da pandemia na indústria automotiva devido às mudanças temporárias no comportamento do consumidor e sobre as transformações que se avizinham na empresa.

“Temos que vender veículos com as novas tecnologias que o mundo exige, híbridos e elétricos. Para fazer isso, devemos treinar trabalhadores para a próxima geração de veículos. Quando a Indústria 4.0 chegar, também haverá bastante mão de obra. Acredito que com diálogo e consenso seremos capazes de gerar novos negócios que permitam a essas pessoas continuarem empregadas”, afirmou.

Por sua vez, os dirigentes sindicais da SMATA Argentina, CNM / CUT e CNTM / FS do Brasil e SITIMM e Los Mineros do México expressaram acordo sobre a necessidade de promover a formação profissional. Por sua vez, disseram que é fundamental criar políticas que evitem a perda de empregos.

Além disso, destacaram a necessidade de promover o diálogo tripartite nos países para promover políticas industriais para o desenvolvimento do setor. Eles destacaram que em alguns países da região, como o Brasil, é muito difícil conseguir isso.

Sobre este ponto, o diretor do setor automotivo IndustriALL, Georg Leutert, disse: “No IndustriALL mobilizamos um diálogo social nas empresas sul-americanas, a partir de encontros entre sindicatos e empresas com o objetivo de também movimentar a política e chegar aos investidores. Também vemos que os países que têm sucesso na indústria automotiva são aqueles que têm uma boa cooperação tripartite. Acho que é algo que às vezes falta na América Latina”. 

A segunda parte do encontro contou com a apresentação do diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SIDIPEÇAS), Gábor János Deák. Ele falou sobre tendências e cenários em eletrificação na indústria de eletromobilidade.

Deák falou principalmente sobre a indústria automotiva e de autopeças brasileira. Disse que embora a produção e exportação de veículos tenham aumentado até 2019, em 2020 foi fortemente afetada pela pandemia e estimam que a recuperação se dê em 2024. Da mesma forma, a percentagem de emprego na indústria também caiu este ano.

Como Herrera, ele explicou as consequências dos acordos comerciais entre os diferentes países e disse que o futuro do setor dependerá muito deles. Em relação às tecnologias e tendências para o setor automotivo, ele falou sobre a necessidade de reduzir as emissões de carbono. Ele garantiu que estima que 50% da produção até 2050 será de veículos elétricos e híbridos, e disse que a implantação da Indústria 4.0 terá consequências em toda a cadeia produtiva do setor. 

Por sua vez, o Secretário Regional do IndustriALL, Marino Vani avaliou o seminário temático e disse: 

“O encontro foi muito bom. Isso nos ajudará para o próximo debate, voltado para a construção de políticas industriais de defesa dessa indústria na região. Continuaremos promovendo o diálogo para conhecer as mudanças que estão por vir e atuaremos com vistas ao futuro para conseguir uma transição justa para o desenvolvimento sustentável”.

*matéria publicada no site da Industriall