MENU

Sindicatos internacionais rejeitam Weintraub na diretoria do Banco Mundial

Banco confirma ex-ministro para diretoria. Trabalhadores acham que Weintraub representa risco de desagregação e conflito

Publicado: 31 Julho, 2020 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Lula Marques
Sindicatos internacionais rejeitam Weintraub na diretoria do Banco MundialSindicatos internacionais rejeitam Weintraub na diretoria do Banco Mundial
Sindicatos internacionais rejeitam Weintraub na diretoria do Banco Mundial

Sindicatos de trabalhadores de vários países rejeitaram nesta quinta-feira (30) a indicação do ex-ministro Abraham Weintraub para um cargo na diretoria executiva do Banco Mundial. O nome de Weintraub foi confirmado por nota da instituição, divulgada na noite de ontem.

“O Sr. Weintraub deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprirá o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posição será novamente aberta para eleição”, disse o Banco Mundial.

O secretário geral da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), Ambet Yuson, dirigiu-se aos governos do Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad & Tobago. Ele expressou a preocupação e oposição dos filiados nesses países à indicação do governo brasileiro para liderar o grupo na instituição.

A ICM atua junto ao Banco em parceria com outras organizações sindicais internacionais. Busca melhorar o sistema de salvaguardas e riscos nos empréstimos para projetos de infraestrutura. Atua, em particular, em relação à segurança e saúde no trabalho, direito de organização sindical e negociação coletiva e formas de contratação.

Opositor da democracia

“Opositor manifesto da democracia, da cooperação, do diálogo, da liberdade de expressão e do multiculturalismo. O ex-ministro foi correndo e às escondidas. Com medo de ser preso por acusação de racismo e incitação ao ódio, foi ocupar o cargo bem remunerado que, por princípio ideológico, deveria rejeitar”, afirma o especialista em Relações Internacionais Nilton Freitas, representante Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) na América Latina e Caribe.

Os trabalhadores consideram que a atuação do ex-ministro do governo Bolsonaro vai trazer riscos de desagregação e geração de conflitos. E lembram que o representante brasileiro manifesta oposição aos valores e princípios da instituição. “Um código de ética fundado em princípios como integridade, respeito e trabalho em equipe deve, todavia, limitar esses riscos”, afirma Nilton Freitas.

*Matéria publicada no site do Brasil de Fato