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“Stop Bolsonaro” tem protestos em 77 cidades e 18 países, nas ruas e nas redes

O tuitaço #StopBolsonaroMundial tomou as redes, seguido de uma onda de protestos ao redor do mundo contra o presidente brasileiro e em defesa do meio ambiente

Publicado: 24 Agosto, 2020 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Stop Bolsonaro na AlemanhaStop Bolsonaro na Alemanha
Stop Bolsonaro na Alemanha

A exemplo do que ocorreu no dia 28 de junho, neste domingo (23) o mundo se vê novamente em campanha contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Porém, dessa vez, a pauta inclui a defesa do meio ambiente a dos povos indígenas como tema principal.

Redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter amanheceram repletas de imagens dos protestos ao redor do mundo. No Brasil, lives estão sendo realizadas para comentar o ato. Diversos coletivos, partidos políticos e torcidas de futebol também entraram na onda com cards que satirizam o extremista, além de seus subordinados mais destacados.

Na página oficial do Facebook organizadores brasileiros da campanha Stop Bolsonaro Mundial, a convocação pede para que internautas estendam o convite para todos em suas redes: “quem está horrorizado, cansado da incompetência, truculência e agenda de costumes nefasta do bolsonarismo, não tem desculpa pra não participar com a gente nas redes. O Brasil tá despedaçado, triste. Que chamem Duvivier e Henry Bugalho. Que chamem Pabllo Vittar e Lynn da Quebrada. Que chamem Adnet, Felipe Neto, Reinaldo Azevedo (sem essa de “cancelamento”) e juristas garantistas da constituição de 1988″.

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Stop Bolsonaro na AlemanhaStop Bolsonaro na Alemanha
Stop Bolsonaro na Alemanha

No Twitter o deputado federal Alexande Padilha (PT-SP) convocou: “Hoje é o dia contra o atraso, contra o fascismo, contra a narrativa da ditadura militar. Hoje somos todos contra Bolsonaro”.

Também pelo Twitter, o deputado federal Bohn Gass (PT-RS) lembrou do assassinato de Marielle Franco: “893 dias. Quem foi o amigo de Bolsonaro que mandou matar Marielle? E por que?”

Nas ruas do Brasil e do mundo, as críticas vão da cooptação do chamado “centrão” como base de apoio fisiológico das políticas anti-povo, passando pela negligência em relação à pandemia e chegando aos pontos principais: o ecocídio, e genocídio das populações originárias, de acordo com os manifestantes.

Em Frankfurt, na Praça Römer, palavras de ordem como Bolsonaro Genocida, Precisa Parar Bolsonaro Já e frases em alemão “Amazonia queima” tomaram conta da mobilização. Angela Hidding e Fritz Stahl, que fazem parte de uma rede de sindicalistas do ramo da indútria na Alemanha, participaram da mobilização.

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Stop Bolsonaro na AlemanhaStop Bolsonaro na Alemanha
Stop Bolsonaro na Alemanha

Angela, que também é membro do grupo de trabalho “Solidariedade com os sindicatos brasileiros” em Mannheim/Ludwigshafen, disse que no meio de uma crise pandêmica, Bolsonaro e seu governo ao invés de trabalhar para salvar vidas e empregos, implementaram com um decreto que permite que as empresas fechem por 4 meses sem nenhuma compensação salarial aos funcionários. E ainda autorizou que os empresários negociassem seus direitos diretamente com o trabalhador, sem a presença dos sindicatos.

“As firmas alemãs no Brasil têm a obrigação e comprometimento com os direitos humanos, direitos sociais de direitos do trabalho. Além disso, estes devem manter um justo e respeitável trabalho coletivo com os sindicatos. O Brasil tem se tornado cada vem menos atraente para os investidores alemães. Isto como resultado do governo Bolsonaro. Por isso pedimos fora governo Bolsonaro, por uma nova política governamental democrática, ecológica e socialmente justa!”, afirmou Angela.

Outro membro do grupo de trabalho, Frank Hauck (IG Metall e membro do RESPEKT - grupo contra o racismo) fez um valioso discurso. Uma das reivindicações era: os empregadores deveriam lutar contra a pandemia em solidariedade com a classe trabalhadora!".

Atos Fora Bolsonaro (Stop Bolsonaro) também aconteceram da Austrália à Alemanha, da Inglaterra à Nova Zelândia. Estados Unidos, Dinamarca, Finlândia, países da América Latina e do Caribe.

Para o Secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Michel Vasconcelos da Silva, sindicatos e ativistas sociais pelo mundo estão estarrecidos com o desmonte das leis trabalhistas e com o descaso com a vida d@s trabalhador@s durante a pandemia.

Segundo ele, é um governo que vem colocando o país em uma espiral de desindustrialização, desemprego e precariedade bem antes da pandemia, e que a partir dela, adotou a posição de negar a doença e acelerou um processo de destruição das empresas públicas e das industrias justamente no momento em que mais se precisa da ação do Estado.

“O resultado é o escandaloso. Já estamos chegando ao número de 120 mil mortes, milhões de desempregados e este governo não tem uma política nacional para salvar vidas e garantir empregos. É preciso dar um basta nessa situação!”, afirmou Maicon.

 

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Stop Bolsonaro na AlemanhaStop Bolsonaro na Alemanha
Stop Bolsonaro na Alemanha

No Brasil

Em Brasília, em manifestação realizada no gramado da Esplanada dos Ministérios, um ato simbólico prestava homenagem às vítimas da Covid-19. O Brasil é o país que mais tem vítimas fatais provocadas pelo novo coronavírus, embora o presidente, num arroubo de cinismo, diga que ninguém no planeta tem feito mais contra a pandemia do que ele.

Vale lembrar que Jair trocou de ministro da saúde três vezes e tem, hoje, um militar interino cuidando da pasta, segue promovendo aglomerações, num ritmo de campanha eleitoral antecipada, e já chegou a desdenhar da enfermidade e do número de mortos.

As aldeias indígenas continuam sendo invadidas, aldeados estão em polvorosa pelo avanço dos casos de contágio e a floresta arde em chamas, enquanto o ministro do Meio Ambiente dá carona em avião da FAB para garimpeiros que agem de forma ilegal e ecocida na maior floresta tropical do mundo.

O mundo está em alerta e usa os atos de hoje como forma de dar visibilidade a estas atrocidades, condenando e denunciando as políticas erráticas e destrutivas do governo brasileiro.

*matéria publicada no site da Revista Fórum  e editada pela CNM