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Taubaté deixará de arrecadar R$ 44,7 milhões com demissões na LG

Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região diz que é uma tragédia para a população em geral, em especial as 700 famílias que sofrerão o impacto na pele

Publicado: 15 Abril, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Sindmetau
arquivo: Assembleia dos trabalhadores da LG Taubatéarquivo: Assembleia dos trabalhadores da LG Taubaté
arquivo: Assembleia dos trabalhadores da LG Taubaté

As demissões na LG de Taubaté podem provocar um impacto anual de R$ 44,7 milhões na economia de Taubaté. O cálculo leva em conta salários e PLR dos trabalhadores, valores que podem deixar de ser injetados na cidade caso os desligamentos sejam efetivados. Cerca de 700 empregos estão ameaçados pelo encerramento da produção de celulares e pela transferência da linha de notebooks e monitores para Manaus.

A estimativa foi feita pelo Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região) e Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). “As demissões são uma tragédia para 700 famílias dos trabalhadores e trabalhadoras em plena pandemia. E são também um golpe significativo na economia da cidade”, afirma o presidente do Sindmetau, Claudio Batista.

Os dados foram apresentados pelo presidente do Sindicato ao prefeito de Taubaté, José Saud, em reunião realizada no Palácio do Bom Conselho nesta quarta-feira (14). O encontro também contou com a participação da secretária de Desenvolvimento e Inovação, Lúcia Pezella Moreno.

Reunião com governador

Durante a reunião, ficou definido que a Prefeitura de Taubaté irá solicitar oficialmente uma reunião com o governador João Dória. O objetivo é discutir a questão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A LG alega que o aumento no imposto foi o motivou para empresa levar a linha de notebooks e monitores de Taubaté para Manaus.

Nesta semana, o Sindicato recebeu um ofício da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) onde a entidade aponta que três decretos do governo estadual, de outubro do ano passado, provocaram uma “majoração da carga tributária de ICMS aplicada não só à LG, mas ao setor de bens de TIC’s (Tecnologias da Informação e Comunicação) paulista como um todo”.

No ofício, assinado pelo presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, a entidade afirma ainda que alertou o governo sobre os impactos que o aumento do ICMS provocaria nos investimentos e empregos das empresas do setor.

Por conta desses apontamentos da Abinee, a intenção é convidar a associação para participar da reunião com o governador, caso o pedido de agenda da Prefeitura seja atendido.

Entenda o caso

Em janeiro deste ano começaram a circular informações no mercado e na imprensa sul-coreana sobre uma possível venda da divisão de celulares da LG. O Sindicato acionou a empresa, mas recebeu ofícios com respostas evasivas. Um pedido de reunião com o presidente da LG também não foi atendido.

Diante do cenário de incertezas, em 26 de março, os trabalhadores aprovaram o estado de greve. No dia 5 de abril, a fabricante sul-coreana disparou um comunicado onde informava o encerramento global da divisão de celulares, alegando que a área acumulava um prejuízo de 4,1 bilhões de dólares.

No dia seguinte, em reunião com o Sindicato, a empresa informou que pretende levar a linha de notebooks e celulares de Taubaté para Manaus. A LG alega que na capital do Amazonas terá terá incentivos fiscais, o que não ocorre no estado de São Paulo.

Após reuniões com o Sindicato, a empresa apresentou uma proposta de indenização aos trabalhadores. Mas o pacote foi rejeitado em assembleia no dia 12 abril. Os funcionários iniciaram aprovaram então uma greve por tempo indeterminado.

*matéria publicada no site do Sindmetau