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Trabalhadores na Ford voltam ao trabalho em Taubaté com blindagem jurídica

A fábrica conta com 830 funcionários diretos. Quem não for convocado irá continuar em LR (licença remunerada), com salários e benefícios garantidos. A Ford vai produzir peças de reposição para o mercado

Publicado: 22 Fevereiro, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Sindmetau
Volta ao trabalho na Ford TaubatéVolta ao trabalho na Ford Taubaté
Volta ao trabalho na Ford Taubaté

A produção na Ford em Taubaté foi retomada nesta segunda-feira (22) após um acordo firmado no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Essa nova fase na luta pelos empregos vem acompanhada de avanços. Todos os trabalhadores e trabalhadoras estão protegidos por uma blindagem jurídica tripla.

O acordo feito entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) e a Ford no TRT, aprovado em assembleia pelos trabalhadores na quarta-feira (18), é a camada mais recente dessa proteção.

Ele estabelece que a Ford deve assegurar salários e benefícios aos empregados, sejam eles convocados ou não ao trabalho, até que as negociações com o Sindicato sejam concluídas. Outro ponto importante é a garantia de uma reunião com a direção mundial da montadora, com objetivo de tentar reverter a decisão pela saída do Brasil.

Essa foi a segunda decisão favorável aos trabalhadores no mês de fevereiro. No dia 5, a Justiça do Trabalho já havia paralisado a demissão em massa prevista pela montadora. A liminar obtida pelo Ministério Público do Trabalho apontou ainda que a empresa não pode suspender o pagamento de salários e licenças durante as negociações.

A primeira camada de proteção aos trabalhadores é um acordo de estabilidade nos empregos, firmado em fevereiro do ano passado. Esse acordo está vigente e é válido até 31 de dezembro de 2021.

Produção

A Ford Taubaté retomou a produção nesta segunda-feira (22) em Taubaté, com cerca de 130 funcionários. Até 330 trabalhadores devem ser convocados, de forma escalonada, ao longo desta semana.

A fábrica conta com 830 funcionários diretos. Quem não for convocado irá continuar em LR (licença remunerada), com salários e benefícios garantidos. A Ford vai produzir peças de reposição para o mercado.

O Sindicato está fiscalizando essa retomada. "Uma das questões que mais nos preocupava era a questão de segurança dos trabalhadores e trabalhadoras", explica o coordenador sindical na Ford, Sinvaldo Cruz.

Próximos passos

Representantes do Sindmetau e da diretoria mundial da Ford devem se reunir até a próxima quinta-feira (25). É a primeira vez que a montadora aceita colocar executivos globais da empresa na mesa de negociação.

O objetivo prioritário do Sindicato é tentar reverter a saída da montadora do país. "É óbvio que a gente sabe que é muito difícil. Mas essa foi uma decisão unilateral que a Ford tomou, sem dar ao menos a oportunidade para que pudéssemos criar algumas alternativas, que permitissem a Ford permanecer na cidade de Taubaté", lembrou Sinvaldo.

*matéria publicada no site do Sindmetau