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Trabalhadores na Indústria no RS criam coordenação do Macrossetor da CUT no Estado

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Loricardo Oliveira, reafirmou a necessidade do debate da indústria estar na pauta dos sindicatos e no chão de fábrica

Publicado: 24 Março, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Macrossetor da Indústria no RSMacrossetor da Indústria no RS
Macrossetor da Indústria no RS

Mais de 40 representantes de trabalhadores metalúrgicos, da alimentação, sapateiros, moveleiros, na indústria de celulose, petroquímicos e petroleiros, reunidos na sexta-feira (19), criaram a Coordenação do Macrossetor da Indústria da CUT no Estado do Rio Grande do Sul, o MSI-CUT/RS.

A organização é o resultado do trabalho que vem sendo realizado há quase um ano, pelos dirigentes no estado, com três objetivos principais: salvar a indústria, criar empregos de qualidade e ajudar na construção da nação brasileira.

Segundo Milton Viário, secretário de Finanças da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul (FTM-RS), e integrante da coordenação do MSI-CUT/RS, a indústria gaúcha tem representatividade maior na economia que a média nacional do setor.

“A indústria do Rio Grande do Sul tem 17% de participação na economia do Estado, enquanto que a média nacional está em torno de 11%, o que reflete maior vigor e potencialidades, principalmente nas cadeias produtivas”, afirmou o dirigente.

Ele apresentou o balanço das ações e debates realizados durante esse último período, que nortearão a construção de um documento com propostas que potencialize a vocação local, o investimento em tecnologias, a recuperação do emprego decente e a preservação da natureza.

Além disso, propõe o diálogo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), com sete temas na pauta: Orçamento Público, Reforma Tributária, Lei de Responsabilidade Fiscal, Governança de Políticas Públicas, Privatizações, Preservação das Conquistas dos Trabalhadores e Programas de Promoção e Divulgação da Indústria.

Viário apresentou também o Planejamento das Ações para 2021, com uma série de medidas, que incluem saídas para a crise sanitária do coronavírus, em debates com prefeituras, legislativos, associações comerciais e universidades.

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Loricardo Oliveira, reafirmou a necessidade do debate da indústria estar na pauta dos sindicatos e no chão de fábrica.

O presidente do TID-Brasil, Rafael Marques, convidado para a análise de conjuntura sobre a indústria no cenário da pandemia, parabenizou os dirigentes pela iniciativa.

“A organização que vocês estão criando no Rio Grande do Sul tem que ser um exemplo e inspiração para os dirigentes nos demais Estados do Brasil”, disse.

Rafael destacou que a falta de políticas públicas de incentivo ao setor vem fragilizando ainda mais a indústria no Brasil. “A anti-política do governo Bolsonaro desmobiliza qualquer tentativa de recuperação da indústria e isso pode ser observado com a tentativa de criar fóruns de conversão industrial junto aos governos locais que não prosperaram”, lamentou.

Para o presidente do TID, a atualização do Plano Indústria 10+ Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico, conjunto de diretrizes propostas pelos trabalhadores para fortalecer a indústria no Brasil, deve considerar essa realidade, além dos novos desafios impostos pela pandemia.

“A crise sanitária explicitou as nossa desigualdades sociais e nos fez questionar: que políticas industriais são possíveis diante desse cenário? Como a indústria pode beneficiar socialmente a sociedade?”, provocou o dirigente.

Ele defendeu a criação da Mesa Nacional da Indústria para ampliar o debate sobre o tema e incluir todos os atores sociais que possam contribuir para o fortalecimento do setor e a geração de empregos, além de garantir a soberania nacional.

O secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, que coordenou os trabalhos na reunião, pediu para que cada dirigente fizesse um relato sobre a contaminação dos trabalhadores e trabalhadoras pelo coronavírus e sobre os casos de falecimento pela Covid-19.

 “Vamos construir um dossiê das mortes que estamos testemunhando, por que isso é uma guerra e os crimes dessa guerra deverão ser julgados e seus culpados responsabilizados”, convocou.

*matéria publicada no site SindmetalCanoas