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Trabalhadores nos Estados Unidos fazem greve histórica e dão exemplo de organização. Sindicato no Brasil presta solidariedade.

Para a diretoria da CNM/CUT é inadmissível a proposta da John Deere, fabricante de equipamentos agrícolas dos Estados Unidos e ressalta: “o trabalhador não pode pagar a conta da saúde e a luta é por um reajuste digno”

Publicado: 21 Outubro, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Sindicato dos Metalúrgicos de Horizontina e Região
Solidariedade dos metalúrgicos de Horizontina e RegiãoSolidariedade dos metalúrgicos de Horizontina e Região
Solidariedade dos metalúrgicos de Horizontina e Região

Já dura duas semanas a greve na John Deere, fabricante de equipamentos agrícolas dos Estados Unidos, e as trabalhadoras e os trabalhadores fazem luta história por um reajuste digno e contra a inclusão de um desconto de 20% a 30% nos salários referente ao plano de saúde. São 10 mil trabalhadores de braços cruzados em nove fábricas diferentes. O Sindicato dos Metalúrgicos de Horizontina e Região, filiado a CNM/CUT, e os seus membros trabalhadores da John Deere Brasil, maior planta de colheitadeiras da América Latina, se solidarizaram com os colegas norte americanos e prestam total apoio à causa dos mesmos.Eles gravaram um vídeo e fizeram uma publicação nas redes sociais.

O secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Maicon Michel da Silva, afirmou que a paralisação das trabalhadoras e dos trabalhadores na John Deere está dando um exemplo de organização e resistência para o movimento sindical.

Crédito: Divulgação
piquete na empresapiquete na empresa
piquete na empresa

O dirigente conta que a empresa lucrou milhões na pandemia e agora se nega a valorizar a importância das trabalhadoras e trabalhadores neste crescimento do faturamento da empresa. Segundo ele, embora a greve, feita por um reajuste digno em um momento tão delicado que o mundo passa, e ainda não tenha sensibilizado a empresa, a mobilização cresce e ganha apoio da classe trabalhadora mundial.

“As trabalhadoras e trabalhadores dão um exemplo de organização e resistência para o mundo não somente pela justa causa que estão reivindicando, não somente por conta da excelente organização, que já leva essa greve para algumas semanas e sem data para acabar mas sobretudo porque coloca a questão da saúde no centro do debate. Não é justo, principalmente neste momento de pandemia, que as empresas continuem com um lucro crescente e a conta da saúde fique nas costas dos trabalhadores diminuindo ainda mais seu já combalido poder de compra. Nesse sentido, o movimento das trabalhadoras e dos trabalhadores na John Deeretem um significado muito grande”, afirma.

Maicon finaliza dizendo que “Nós da CNN/CUT, nós metalúrgicos e metalúrgicas do Brasil estamos solidários e irmanados nessa luta, até a vitória!”

Apoio local e resistência marcam greve

O representante do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Automotiva, Aeroespacial e de Implementos Agrícolas dos Estados Unidos, United Auto Workers, o UAW, Rafael Messias Guerra, disse que ainda não foi possível nenhuma negociação com a John Deere, mas que a greve está tendo bastante repercussão.

“Está é uma greve muito importante nos Estados Unidos e está todo mundo comentando, está nos noticiários e a sociedade está mobilizando e apoiando os trabalhadores, porque mexe com a vida das pessoas e com a economia local, mas não é fácil de negociar”, ressalta

Rafael também lembra que a resistência tem motivo estrutural.

“É comum que uma das principais pautas de reivindicação dos trabalhadores nos Estados Unidos seja o plano de saúde, porque é caro e lá não tem SUS”, destaca.