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Vale dará impulso à siderurgia para defender mercado

Publicado: 28 Junho, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O presidente da Vale, Murilo Pinto Ferreira, que assumiu o cargo há pouco mais de um mês, pretende garantir seu mercado cativo de minério de ferro no Brasil impulsionando siderúrgicas. Em um encontro de mais de uma hora com a presidente Dilma Rousseff, durante o qual expôs todos os empreendimentos tocados pela empresa no Brasil e exterior, falou sobre os três projetos de instalação de siderúrgicas, com destaque para a Alpa, usina prevista para o Pará.

"A Vale tinha 70% do mercado interno de fornecimento de minério de ferro. Hoje estamos com cerca de 50%. Em 2014, a previsão é de 29%. Queremos recuperar nossa participação e, para isto, estamos agindo como indutores de projetos", afirma. O executivo disse que no segundo semestre vai levar à apreciação do conselho da Vale os projetos do Pará e do Ceará. No de Pecém (CE), a Vale se associou com as coreanas Posco e Dongkuk e terá fatia inicial de 50%, que cairá para 20% entre 2013/14. No do Pará, a fatia inicial é de 100%. "A Vale é uma mineradora, mas não devo esquecer que siderurgia e energia são prioritárias para nosso futuro", diz.

Uma das primeiras medidas de sua gestão foi solicitar uma análise de risco de todos os projetos da companhia. O executivo, que substituiu Roger Agnelli, quer se inteirar de todas as fases de cada projeto e da viabilidade econômico-financeira de cada um. A carteira da Vale, presente em 24 países, é enorme e prevê investimento de US$ 24 bilhões apenas neste ano. "Deverei recebê-la nos próximos 30 a 40 dias. Não é nenhuma auditoria, é uma avaliação interna", conta. Segundo Ferreira, não há plano de revisão dos investimentos. "Todo o plano estratégico e o orçamento estão mantidos".

Nesta semana, o executivo inicia sua primeira viagem internacional. Serão 15 dias na Ásia, especialmente China e Japão. Outro compromisso em sua agenda é reunir-se, até o fim de julho, com o governo da Guiné, onde a Vale tem um grande projeto de minério de ferro, considerado o "Carajás II". O novo governo do país decidiu rediscutir a concessão do empreendimento. "Eles querem discutir todo o pacote, desde mina à ferrovia", informa. Fertilizantes é outra área estratégica nos negócios da Vale, na qual fará grandes investimentos. Aquisições, no entanto, não fazem parte da estratégia.

Nos planos de Ferreira há também um novo negócio: a exploração de terras raras no Triângulo Mineiro e em Goiás, onde a Vale já tem jazidas.

Fonte: Valor