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Vale deve capitalizar upgrade em próxima captação externa

Empresa deve reduzir seus custos de captação para níveis similares aos de empresas da América do Sul com a mesma nota de crédito

Publicado: 01 Dezembro, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A Vale SA, maior produtora mundial de minério de ferro, deve buscar reduzir seus custos de captação para níveis similares aos de empresas da América do Sul com a mesma nota de crédito quando voltar ao mercado internacional de dívida pela primeira vez em 14 meses.

Em 23 de novembro, a empresa com sede no Rio de Janeiro teve sua classificação elevada para A-, a maior para uma companhia brasileira. A Vale deve pagar cerca de 220 pontos-base acima da taxa de papéis do Tesouro americano em uma emissão de títulos em dólares com prazo de 10 anos, contra 261 pontos-base de spread em seus títulos com vencimento em 2020, segundo o Bank of America Corp. e a Bulltick Capital Markets. O spread médio em títulos emitidos por empresas da América Latina com nota de crédito A é de 226 pontos-base, de acordo com dados do Credit Suisse Group AG.

O diretor financeiro da Vale, Tito Martins, disse em 28 de novembro que a companhia tem planos de acessar o mercado internacional de dívida no próximo ano para ajudar a financiar o plano de investimentos de US$ 21,4 bilhões. O aumento na nota de crédito da empresa pela Standard & Poor’s deixou a classificação da Vale dois níveis acima da Petróleo Brasileiro SA e a colocou no mesmo patamar da mexicana América Móvil SAB, controlada pelo bilionário Carlos Slim.

“A Vale está bem no meio entre a América Móvil e a Petrobras e eles querem captar próximo à América Móvil”, disse Klaus Spielkamp, operador de renda fixa da Bulltick Capital, em entrevista por telefone. “Eles querem capitalizar o upgrade.”

Os títulos da América Móvil em dólares com vencimento em 2020 rendem 193 pontos-base a mais que os papéis do Tesouro americano. Títulos similares da Petrobras pagam um spread de 313 pontos-base, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Classificação maior

O spread dos bônus da Vale em dólares com prazo para 2020 sobre os papéis do Tesouro dos Estados Unidos caiu para 262 pontos-base, contra a máxima de 339 em 5 de outubro, de acordo com dados da Bloomberg. Títulos similares do governo brasileiro pagam 140 pontos-base a mais que os papéis americanos.

A S&P elevou a nota de crédito da Vale em um nível, o que equiparou a classificação da dívida da empresa com a da Cia. de Bebidas das Américas, maior cervejaria do País. As duas empresas têm agora a maior classificação entre emissores brasileiros. A S&P dá a nota BBB para a dívida soberana do País, dois níveis abaixo da Vale e da AmBev.

O aumento da classificação veio “em muito boa hora” porque a Vale tem grandes investimentos planejados, disse Martins, da Vale.

“Vamos ao mercado no ano que vem”, disse o diretor. “Não tenho dúvidas quanto a isso. Temos consistentemente acessado o mercado de quando em quando.”

Fonte: Exame