Vale vê preço do minério de ferro estável em patamar razoável nos próximos anos

Apesar das flutuações do dólar nos últimos meses e das perspectivas para a divisa pelos próximos anos, o presidente da Vale (VALE3, VALE5), Roger Agnelli, não espera grandes mudanças nos preços do minério de ferro.

Segundo o executivo, o minério está - e deve permanecer - em um patamar de preços razoável, entre US$ 130 e US$ 160 por tonelada. Questionado sobre a possibilidade de mudança nas moedas usadas nos contratos - atualmente o dólar norte-americano - o presidente da Vale afirmou que essa mudança seria muito difícil e improvável.

"Temos 70% dos custos em moeda local, e vendas em dólares. O dólar baixo impulsiona os preços das commodities, mas a demanda (e, com isso, a China) é mais importante nesse sentido", explicou Agnelli, que prevê certa volatilidade das commodities devido às variações da moeda.

Agnelli também afirmou não ver impacto algum nos preços da commodity - ou na própria Vale - do anúncio de que as mineradoras Rio Tinto e a BHP Billiton abandonaram o projeto de criação de uma joint venture para a produção de minério de ferro na Austrália, avaliado em £ 70 bilhões. "É uma questão da Austrália, eles sabem o que estão fazendo".

Precificação trimestral

Agnelli comentou ainda sobre o sistema de precificação trimestral da commodity que, segundo ele, era inevitável. "O sistema de benchmark não funcionava mais. Os contratos de longo prazo exigem compromisso, e não funcionaram, por exemplo durante a crise", explicou, afirmando que a única alternativa era ligar os contratos ao preço spot.

"Está tudo calmo nesse sentido, todos estão felizes. Há alguns clientes que resistem, mas as coisas estão calmas", afirmou o executivo.

Fonte: Infomoney