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Novos projetos devem fortalecer parceria entre metalúrgicos da CUT e de Moçambique

Sucesso do programa de formação sindical de moçambicanas abriu caminho para novas iniciativas. Na última etapa do projeto, cinco trabalhadoras conheceram experiências sindicais no Brasil.

Publicado: 25 Novembro, 2013 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CNM/CUT
A delegação na visita à ConfederaçãoA delegação na visita à Confederação
Moçambicanas no encontro com a direção da CNM: experiências partilhadas

A parceria entre os metalúrgicos da CUT e de Moçambique poderá ser fortalecida com o desenvolvimento de novos projetos. A ampliação do intercâmbio foi discutida nesta segunda-feira (15) por dirigentes da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) e do Sindicato Nacional dos Metalúrgicos de Moçambique, a partir da experiência bem-sucedida do projeto de formação de mulheres metalúrgicas daquele país africano.

Iniciado em 2011, o programa de formação foi encerrado no último sábado, com o fim da visita de uma semana de cinco trabalhadoras moçambicanas ao Brasil, para conhecer as experiências de organização sindical dos metalúrgicos da CUT.

“Considero o projeto como mais valia no fortalecimento da capacidade de intervenção das mulheres em suas vidas e na atuação sindical”, disse Helder José Consolo, sindicalista moçambicano, ao avaliar o resultado do intercâmbio. “A visita das trabalhadoras ao Brasil foi o ápice do programa modular promovido pela CNM. Elas conheceram de perto as experiências narradas pelas formadoras brasileiras e vão socializar essa experiência com as metalúrgicas de Moçambique”, completou.

O secretário geral e de Relações Internacionais da Confederação, João Cayres, avaliou que há grande possibilidade de firmar novas parcerias para potencializar a ação sindical dos metalúrgicos daquele país. “Lá a legislação já prevê a organização no local de trabalho, por exemplo. Este é um tema que pode gerar um novo projeto, assim como a saúde do trabalhador”, considerou Cayres.

Crédito: Yolanda Moretto - CNM/CUT
Helder e Cayres discutem novas parceriasHelder e Cayres discutem novas parcerias
Helder e Cayres discutem novas parcerias


Formação de mulheres metalúrgicas
O Projeto de Cooperação Internacional de Formação de Mulheres Metalúrgicas em Moçambique foi desenvolvido em parceria entre a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), a IndustriALL Global Union (a entidade internacional que representa os metalúrgicos, químicos e têxteis), o UNIFOR (sindicato canadense dos metalúrgicos e trabalhadores de vários setores) e pelo SINTIME (Sindicato Nacional dos/as Trabalhadores/as nas Indústrias Metalúrgica, Metalmecânica e Energia de Moçambique).

Entre 2011 e 2013, foram realizados cinco encontros em Moçambique, com dirigentes da CNM/CUT coordenando a troca de experiências entre metalúrgicas desses dois países. Os temas abordados foram: as mulheres e o movimento sindical; a participação política das mulheres; gênero e direitos humanos e negociação coletiva.

A delegação de trabalhadoras que esteve no Brasil foi composta por Inocência Ernesto Tembe, do Sindicato dos Metalúrgicos de Moçambique e Coordenadora do Comitê Nacional da Mulher, e pelas trabalhadoras Margarida Raul Caza, Carla Thomaz Guambe, Sandra Maria Monjane e Ana Vanessa de Figueiredo Bernardo.

Ao longo da última semana, elas conheceram experiências de organização no local de trabalho (ao visitarem o Comitê Sindical de Empresa da Flextronics, em Sorocaba), participaram do curso Trabalho e Cidadania, promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e voltado para trabalhadores da base, se reuniram com a direção da CNM/CUT para conhecer a estrutura organizativa dos metalúrgicos da CUT e visitaram a sede de sindicatos e da CUT Nacional (veja aqui).

Crédito: Divulgação
Em Sorocaba, trabalhadoras conheceram projetos do SindicatoEm Sorocaba, trabalhadoras conheceram projetos do Sindicato
Em Sorocaba, trabalhadoras também conheceram projetos apoiados pelo Sindicato


Na quarta-feira (20), acompanhada por dirigentes da CNM/CUT, elas participaram da 10º Marcha da Consciência Negra, em São Paulo (SP), que foi organizada pela CUT e demais centrais sindicais (veja aqui).

O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, ressaltou a importância do projeto e lembrou que as metalúrgicas brasileiras passaram por processo formativo semelhante e hoje são referência na luta sindical. “A experiência bem-sucedida das metalúrgicas cutistas é que colocou a CNM à frente desse projeto de formação em Moçambique. Isso é uma honra para nós”, afirmou Paulão, que também esteve presente na quarta etapa do programa, realizado em Maputo, capital do país africano, em março último.

Nunca parar de lutar
O Sindicato Nacional dos Metalúrgicos de Moçambique representa cerca de 10 mil trabalhadores, dos quais 30% são mulheres. No entanto, Helder lembrou que esta proporção não está refletida na direção da entidade, na qual a presença feminina é menor.

Crédito: Paulo de Souza/Smabc
Moçambicanas destacam necessidade de uniãoMoçambicanas destacam necessidade de união
Moçambicanas destacam necessidade de união para aumentar autoestima das mulheres

A partir do contato com a experiência de organização brasileira, as moçambicanas destacaram a necessidade de união das mulheres, apesar das dificuldades. “Aprendemos que é preciso acreditar e ter fé, sem levar em conta quando vamos ver o resultado. Temos de perseverar e nunca parar de lutar”, destacou Ana Vanessa, ao avaliar o resultado do intercâmbio.

Outros pontos destacados pelas trabalhadoras, ao final da visita ao Brasil, foram a importância da luta por creche; a percepção de que é papel das mulheres, principalmente, a busca pela igualdade de oportunidade para todos; e a tarefa de conscientizar as mulheres sobre a importância do sindicato, inclusive para que possa haver maior inserção feminina nos cargos de decisão da entidade. “A união e a solidariedade também são fundamentais para elevar a autoestima das mulheres”, avaliaram.

(Fonte: Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT)