MENU

Metalúrgico Stefan Löfven é eleito primeiro-ministro na Suécia

Ex-presidente do IF Metall, o sindicato dos trabalhadores do setor, concorreu à eleição pelo partido Social-Democrata e derrotou o candidato da situação, ligado à extrema-direita.

Publicado: 15 Setembro, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Valter Bittencourt
Löfven é o novo primeiro-ministro da SuéciaLöfven é o novo primeiro-ministro da Suécia
Metalúrgico Löfven é o novo primeiro-ministro da Suécia

O metalúrgico Stefan Löfven acaba de ser eleito primeiro-ministro da Suécia. Em pleito realizada no domingo (14), o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Suecos (IF Metall), candidato de oposição pelo partido Social-Democrata obteve 32% dos votos.

O resultado representa o fim de oito anos de governo do primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt, de extrema-direita.

Durante a campanha, Löfven foi reconhecido como o representante das pessoas comuns e dos trabalhadores, e se comprometeu a fazer mais pelas classes menos favorecidas e investir em melhorias de infraestrutura e educação.

As reformas liberais realizadas por Reinfeldt resultaram em um aumento da desigualdade econômica e do desemprego na Suécia, que subiu para 8% e afeta principalmente os jovens. Segundo a Reuters, muitos eleitores criticaram o partido de Reinfeldt – que está no poder desde 2006 – por considerarem que as medidas tomadas por ele prejudicaram também o sistema de saúde e a integração de imigrantes.

O secretário geral e de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), João Cayres, parabenizou o ex-sindicalista pela vitória, lembrando que, em recente visita ao Brasil, dirigentes do IF Metall – entidade parceira da CNM/CUT em vários projetos – disseram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o exemplo que Löfven pretendia seguir à frente do governo sueco e não apenas pela trajetória política semelhante.

“O projeto de governo adotado por Lula e Dilma Rousseff é uma referência internacional e aponta, particularmente para os países europeus, que há alternativas para contornar crises econômicas sem causar desemprego e arrancar direitos dos trabalhadores. A CNM/CUT espera que Löfven também consiga imprimir um modo de governar que não siga as regras ditadas pelo capital financeiro e também passe a ser uma referência para os eleitores de outros países”, destacou João Cayres.

Crédito: Valter Bittencourt
Löfven na sede da CNM/CUT, em abril de 2010Löfven na sede da CNM/CUT, em abril de 2010
Löfven (esq.) na sede da CNM/CUT, em abril de 2010: defesa dos caças Gripen

Caças Gripen
O novo premiê da Suécia esteve na sede da CNM/CUT em 2010, quando a Confederação, ao lado do prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho, e de dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, assumiu o apoio ao projeto apresentado pela Gripen ao governo brasileiro, para a venda de aviões de caça à Força Aérea Brasileira (leia aqui).

Este projeto acabou sendo o escolhido pelo governo, por ter sido o que garantiu a transferência ao país de tecnologia e a geração de empregos qualificados aqui, já que a produção será em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.

Em fevereiro deste ano, a CNM/CUT também recebeu uma delegação do sindicato dos metalúrgicos suecos, que tinha à frente Anders Ferbe, sucessor de Löfven na presidência da entidade. Na ocasião, foi assinado uma declaração conjunta de cooperação sindical, para garantir direitos e os benefícios aos trabalhadores brasileiros no processo de fabricação dos aviões supersônicos Gripen no país (leia aqui).

"Foi nessa visita que tivemos a informação de que Stefan tinha chances reais de vencer a eleição. O resultado das urnas comprovou que a população sueca resolveu apostar num modelo de governo que certamente privilegiará o aspecto social e tentará assegurar direitos dos trabalhadores. Para a CNM/CUT é motivo de orgulho ver que um outro grande companheiro de lutas também chegou ao posto máximo de uma nação. Certamente, a Suécia só terá a ganhar com a eleição dele", assinalou Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)