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Metalúrgicos da CUT participam de seminário de atualização de curso do CESIT

Publicado: 16 Março, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CNM/CUT
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Metalúrgicos de todo país no primeiro dia do seminário de atualização do CESIT

Teve início nesta terça-feira (15) o segundo seminário de atualização do curso Economia do Trabalho e Sindicalismo, promovido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em parceria com o Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (CESIT) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

No primeiro dia do curso, que vai até quinta-feira (17), os dirigentes de todo país participaram das discussões da mesa de debates com o tema “Economia brasileira - retomada possível do crescimento”. A palestra foi realizada na Unicamp e faz parte da programação em comemoração ao cinquentenário da instituição.

Para a secretária de Formação da CNM/CUT, Michelle Marques, a atualização do curso de extensão universitária, voltado para dirigentes sindicais, é importante para qualificar o debate nos espaços de disputa. “Precisamos unir a prática que os sindicalistas têm no dia a dia com a teoria acadêmica porque fortalece nosso trabalho na fábrica e nas mesas de negociações. A preocupação da Confederação também é qualificar os dirigentes é qualificá-los para debates de política industrial e desenvolvimento econômico do Brasil”, disse.

O curso foi ministrado para dirigentes sindicais metalúrgicos da CUT, a partir de uma parceria da CNM/CUT com o CESIT. Foram formadas duas turmas, em 2011 e 2012 (leia mais aqui e aqui). Em fevereiro de 2014, foi realizado o primeiro seminário de atualização, que uniu as duas turmas.  

Nova atualização
Os dois últimos dias da segunda etapa de atualização acontecem no Instituto Cajamar, em São Paulo. Na manhã desta quarta-feira (16), os dirigentes discutiram as perspectivas do desenvolvimento e da (re)industrialização brasileira no atual contexto, com os professores Carlos Alonso Barbosa de Oliveira e Célio Hiratuka. À tarde,  a mesa contou com a presença dos professores Anselmo Luis dos Santos e Eugenia Troncoso Leone para debater o mercado de trabalho no setor metalúrgico. 

Amanhã, os dirigentes vão discutir a proteção social e a reforma da previdência e as perspectivas do sindicalismo e das relações de trabalho.

Crise política
Ontem, na Unicamp, os metalúrgicos acompanharam a palestra sobre a retomada do crescimento econômico brasileiro, com a análise de economistas renomados sobre conjuntura atual brasileira. Participaram da mesa de debate Rubens Ricupero, jurista, historiador e diplomata, Leda Paulani, economista brasileira e professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP), e Carlos Francisco de Lessa, professor emérito de economia brasileira e ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).  A mesa foi coordenada pelo professor do Instituto de Economia da Unicamp, Wilson Cano. 

Em sua análise, Ricupero acredita que o país vive uma crise mais política do que econômica. “O que mais me assusta não são as notas de rebaixamento por agências internacionais, mas sim a falta de um projeto de nação. O que vemos é uma crise política dominando a pauta dos partidos políticos. É o momento de partido a e b se unirem para discutir o futuro do Brasil. Caso contrário, nunca vamos sair dessa ‘crise’”, afirmou. 

Crédito: CNM/CUT
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 Mesa de debate sobre a retomada da economia brasileira

Em sua intervenção, Paulani criticou a manipulação da imprensa brasileira ao divulgar a situação econômica do país. “Cria-se uma narrativa para os leigos e se monta uma imagem que nem de longe corresponde à realidade. Porque o nível de emprego continua bom, o salário médio real continuou crescendo, o salário mínimo tem a política de valorização e não há descontrole da inflação. A mídia faz um terrorismo econômico que não existe”, analisou.

Já Lessa acredita que a conjuntura brasileira é delicada, mas com muita potencialidade para mudanças sociais. “A década de 1980, vista como a década perdida, foi quando o Brasil promulgou a Constituição, que assegura diversas garantias com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos fundamentais dos brasileiros”, disse. “Esta crise também faz uma tentativa de desconstruir os programas de bem-estar social e é agora que devemos ir às ruas para garantir as conquistas adquiridas na última década”, completou.

(Fonte: Shayane Servilha - Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)